Como estudioso e aprendiz das runas, esse tema é um dos que mais me fascina no paganismo, no geral. Possam as runas guiarem seu caminho, se você deseja buscá-las!
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Runas Nórdicas?
Antes de tudo, é realmente necessário especificar que falamos das runas nórdicas, quando falamos destas, em questão?
Da perspectiva de uma pessoa que jogou RPG a vida toda, não é redundante dizer que sim. Em tramas de fantasia com magos, feiticeiros, masmorras, rainhas, reis, guerreiros, cavaleiros, runas são símbolos imbuídos de poder mágico. E qualquer símbolo que tenha um propósito mágico pode ser considerado uma runa, se levarmos em consideração o elemento fantástico.
Entretanto, levando em consideração o aspecto histórico e o significado da palavra, quando falamos “runas” estamos falando, necessariamente, das runas nórdicas, tornando a partícula “nórdica” redundante, por ser algo implícito.
Alfabetos Rúnicos & Escritas
O primeiro sistema de escrita usado pelos povos germânicos foi o alfabeto rúnico primitivo, conhecido como Futhark Ancião (ou Antigo, também conhecido como Elder Futhark) surgindo na Idade do Bronze. De lá para cá existiram algumas variações, resultando em outros alfabetos rúnicos, estando entre os mais conhecidos o Younger Futhark, e o Futhark Anglo-Saxônico. Entretanto, aqui falaremos exclusivamente do Futhark Ancião.
As runas funcionavam como letras, mas eram muito mais que apenas letras, no sentido que esse termo expressa hoje. Cada runa era utilizada como um símbolo ideográfico (ideia) ou pictográfico (figura) de um princípio cosmológico, força, ou poder. Ou seja, escrever ou vocalizar uma runa era uma forma de evocar o poder ou a força à qual esse símbolo estaria ligado. No idioma germânico puro, a palavra runar (“runa”) significa conselho, ou sussurro. E todas as runas possuíam um fonema, ou seja, som correspondente, que estava intimamente ligado à expressão da runa, de fato. Como alfabeto vocal, podemos dizer assim, só é considerado runa um símbolo que possua um fonema que expresse seu significado, em conjunto à sua forma.
Desta forma, muitas pessoas passaram a chamar os símbolos oraculares comumente chamados de “Runas das Bruxas” de Pedras das Bruxas, por não se tratarem de runas, de fato, por não possuírem fonemas.
O alfabeto rúnico antigo se chama Futhark, por causa de suas seis primeiras runas (Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raido e Kenaz). Note que ocorreu de forma semelhante com a formação da palavra alfabeto, que deriva das duas primeiras letras hebraicas, Aleph e Beth.
As runas eram tradicionalmente esculpidas em pedra, madeira, ossos, metal ou alguma superfície dura similar, ao invés de escritas com tinta e caneta, isto explica sua forma mais angular e menos curva, o que, acredito eu, seria mais difícil de esculpir para a época.
Muito do nosso conhecimento do significado que os antigos germânicos atribuíam às runas vêm dos “Poemas Rúnicos”, documentos da Islândia, Noruega e Inglaterra que mostram informações curtas sobre cada runa.
As runas são divididas em três conjuntos, de oito runas cada, chamados aett, cada, tendo como plural a palavra aettir. Há o Aett de Freyja, o Aett de Hagal e o Aett de Tyr. Sinta-se à vontade para ler os posts.
Como Surgiram as Runas?
Da perspectiva dos povos germânicos antigos, as runas não passaram a existir “do nada” como um alfabeto itálico antigo. De acordo com eles, as runas não foram inventadas, mas, como eternas e pre-existentes, descobertas!
Há muitos mitos conhecidos da descoberta das runas. Entre os mais populares há:
No mais popular, Odin pendura-se na Yggdrasil e sacrifica-se a si mesmo, perfurando-se com sua lança e permanecendo nove dias e nove noites pendurado, sem receber ajuda de nenhum dos outros deuses. Olhando para o chão, ele avista símbolos: as runas; e à medida que os visualiza, toma ciência de seus significados e interpretações.
Em outra versão do mito, Odin troca um de seus olhos pelo conhecimento das runas, preço exigido por Mimir, o mais sábio de todos os deuses, que obteve o conhecimento de tudo ao beber do Poço da Grande Sabedoria, aos pés da Yggdrasil. Em outra versão deste mesmo mito, Odin sacrifica um de seus olhos, colocando-o dentro da fonte, e assim consegue olhar e acessar todo o conhecimento que está lá dentro.
Há também o mito da Wanen, tradição de bruxaria. Neste, Mardöll (Freyja) percebe que existe, cria uma contraparte masculina de si, e em uma dança espiral traça símbolos (runas) sobre o seu corpo, e deles nascem os Espíritos Rúnicos, que combinando-se criam os mundos e tudo o que há. Mais informações aqui.
Outro mito diz que as runas se originaram de uma grande explosão oriunda de um impacto colossal de duas forças primais extremamente poderosas na mitologia nórdica, o Fogo e o Gelo primordiais, sendo assim – as runas – oriundas do Gelo e do Fogo. É tanto que, se pararmos para pensar, combinando Isa (Gelo) e Kenaz (Fogo) podemos formar qualquer runa.
E a você? Qual mito te atrai mais!?
O Poder dos Símbolos Rúnicos
É fato que é possível canalizar o poder das runas com vontade e uso de energia. Quanto mais energia for usada, melhor canalizado o poder será, e melhor funcionará a magia.
Mas, o que fazer!? Me diga você! Quer escrever o símbolo em uma vela e usar a energia de sua queima para fazer um feitiço? Pode! Quer desenhar o símbolo com um óleo mágico no seu corpo e usar a sua energia para ativar o poder da runa? Faça! Quer combinar as propriedades de uma erva, queimá-la e sua energia ativar o poder da runa? Também dá!
Há diversas formas de canalizar o poder de uma runa, e todas elas partem do princípio de que você precisa traçar – ou meditar sobre – o símbolo rúnico.
Luã Musi
http://www.bruxodelua.com
@bruxodelua