Nesta postagem falamos da deusa mais conhecida e cultuada na mitologia nórdica.
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Bênçãos, e boa jornada!
Quem é Freyja?
Freyja (ou Freya, ou Frøya) – pronuncia-se “Fraia”, é a deusa nórdica do amor, da beleza e da prosperidade e fertilidade, da guerra e dos mortos em batalhas, do conhecimento, das runas, e da magia. Entre outras esferas de poder. Como deusa do amor, ela também está muito ligada à sedução, e ao prazer sexual. E como deusa da fertilidade, traz consigo a energia da fertilidade, propriamente dita, da prosperidade. Também é tida como uma divindade relacionada à música, e podem ter a certeza de que ela já inspirou muitas músicas de amor. Não é uma deusa fútil, mas nos contatos que tive com ela, sempre me passou a sensação de ser uma deusa muito ligada ao luxo, e às riquezas. É uma rainha.
Freyja é filha de Njord e Nerthus, e irmã gêmea de Freyr, o qual foi seu consorte até a guerra entre Vanir e Aesir[1]. Após a guerra, Freyja desposa Odr, que em algumas versões é humano e em outras uma divindade menor. Com este teve duas filhas, Hnoss (Tesouro) e Gersemi (Joia), deusas menores do amor.
Como deusa dos mortos em batalha, Freyja é a primeira a escolher dentre os guerreiros mortos quais ela deseja em seu salão, Fólkvangr. Os que não são escolhidos por ela são enviados a Valhala, para o salão de Odin. Freyja comanda as Valquírias, que são entidades femininas que agem na decisão da batalha e na escolha dos guerreiros mortos, para ambos os deuses.
Era dito que as mulheres dos homens que fossem escolhidos para morarem em Fólkvangr também iriam para lá depois da morte. Nesse ímpeto, muitas delas iam à guerra também, e se jogavam de boa vontade contra as armas dos inimigos depois da morte de seus amados.

Epítetos e Títulos de Freyja
É importante deixar claro que o próprio nome Freyja é um epíteto, em nórdico significa “Senhora”. A deusa também é conhecida pelo nome de Mardöll. Outros muito conhecidos epítetos de Freyja são:
Vanadis (“Deusa, Senhora dos Vanir”)
Heidr (“Brilhante”)
Horn (“do Linho”)
Gefn (“Doadora”)
Syr (“Semeadora”)
Mardöll (“A Que Brilha por Sobre o Mar”)
Valfreyja (“Senhora das Valquírias”)
Rainha de Vanaheim
Rainha de Folkvángr
Rainha de Sessrumnir
Guardiã das Runas
Possuidora dos Mortos em Batalha
Bonito Sol
Senhora do Brisingamen
Dama das Lágrimas de Ouro
Dama das Lágrimas de Âmbar
Dama do Javali
Dama da Capa de Penas de Falcão
Dama Dourada
Senhora da Prosperidade
Senhora da Beleza
Senhora da Magia
Deusa da Morte
Rainha Guerreira
Deusa da Guerra
Deusa das Mulheres Solteiras
Deusa dos Felinos
Deusa da Fertilidade
Senhora do Ouro
Senhora do Âmbar
Senhora do Amor
Senhora do Fogo
Senhora do Seidr
Senhora dos Nascituros
Feiticeira dos Deuses e Deusas
Senhora das Luzes Nortenhas
Senhora da Aurora Boreal
Mitos de Freyja
Freyja e Odr
Muito pouco se sabe a respeito de Odr, exceto que ele tornou-se consorte de Freyja. Algumas fontes o citam como humano, outras como deus do Sol do Verão, outras apenas como uma divindade menor, mas não achei nenhuma fonte segura que pudesse solucionar essa dúvida: é incerto se Odr seria humano ou uma divindade. Entretanto, me vejo inclinado a falar dele como uma divindade.
Odr e Freyja conviviam juntos, como esposos, e era sabido que a deusa era muito apaixonada por ele. Em algum momento, Odr sumiu. Não deixou pistas ou rastros, simplesmente sumiu. Freyja ficou devastada, ela o amava. A deusa vestiu seu manto de penas de falcão e saiu a procurá-lo, voando pelos céus dos Nove Mundos e andando por eles, observando atentamente a cada detalhe ou indício de que Odr estivera alí, tentando reunir pistas, sob codinomes, para não revelar sua identidade. A cada parada era um nome diferente: Gefn, Horn, Sýr, Mardöll, Vanadís, entre outros. Sua dor era imensa, e ela pranteava. Suas lágrimas caíam, e quando tocavam o solo, viravam ouro, e quando caíam nas águas do mar, transformavam-se em âmbar.

Em algumas versões, Freyja nunca o encontra. Em outra, depois de muito procurar, é dito que Freyja o encontra debaixo de uma laranjeira, árvore consagrada aos apaixonados, e o convence a voltar para casa.
Freyja e Runas
Lembram do mito do sacrifício de Odin para conseguir o conhecimento das runas? Pois bem! Eles as descobriu, mas não as inventou. Estas já existiam! Será que podemos dizer que foram criadas por Freyja (Mardöll), e a deusa tratou de ensinar a Odin e aos demais deuses os seus segredos?
Para quem se interessar sobre as runas, é só clicar aqui para conhecer um pouco mais a respeito. É muito conteúdo pra gente debater em uma seção de uma postagem.
Freyja e Seidr
O seidr é uma técnica mágica nórdica, que envolve encantamentos, entonações de vocalizações com sons e canto (galdr), curas, maldições, manipulação, divinação e, possivelmente, transes hipnóticos e jornadas astrais. Era uma prática muito comum entre os Vanir. Quando Freyja foi morar com os Aesir, ensinou a muitos deles esta prática mágica, sendo este um dos feitos pelos quais a deusa é honrada.
Tanto homens quanto mulheres praticavam seidr, mas o número de mulheres era muito maior que o de homens praticantes. A mulher que praticava seidr era chamada de vǫlva (“feiticeira”) ou seidkona (“mulher praticante de seidr“), e o homem, seidmann (“homem praticante de seidr“).
Ser um homem que praticava seidr era um tabu: muitos eram chamados pejorativamente de ergi, que denotava um comportamento – supostamente – afeminado demais para os padrões masculinos da cultura.
Principais Símbolos de Freyja
Brísingamen
Forjado por quatro irmãos anões mestres-ferreiros, Dvalinn, Alfrik, Berling e Grer, o Brísingamen é dito ser a joia mais linda de toda a existência. Um colar que brilha como o âmbar (possivelmente, o material do qual este foi feito) e pode ser utilizado na cintura, também.
Freyja ao vê-lo, encantou-se pela peça, e a quis para si. Em uma deturpação eclesiástica, foi dito que os anões o dariam a ela caso esta dormisse uma noite com cada um deles.
É dito que os quatro irmãos representam os Quatro Elementos, alem de os quatro Pontos Cardeais, e tendo Freyja “dormido” com eles, é dito que ela dominou o conhecimento oculto e a arte de criar tudo.
“Freya teve o seu colar roubado por Loki. Ele se escondeu em Dreun, lugar onde os mortos ficam e somente os deuses podem ir e depois retornar. Lá escondeu a jóia para que Freyja nunca a encontrasse. Hearhden, o poderoso ferreiro dos deuses, ficou muito abalado com toda a história, já que todas as almas partilhavam da tristeza de Freyja e a escuridão estava em torno dela. Ele decide ajudá-la. Recuperou a jóia e devolveu a ela. Quando ela foi sair de Dreun, Hulda não deixou. Para que ela pudesse partir, ela teria que dar algo dela para Hulda. Por não querer se livrar da sua tão preciosa jóia, Freya fez um trato com Loki.
O contrato dizia que o Brisingamen ficaria durante seis meses com Freya e Loki ficaria com ele durante os outros seis meses do ano. Enquanto Loki fica com Brisingamen, Freya fica angustiada e cai novamente em desespero, trazendo mais uma vez a escuridão a sua volta. Para esconder suas lágrimas, toda luz, toda vida e todas as criaturas se juntam a ela em seu terrível destino. Por isso que, na metade da roda do ano, quando Loki está com o Brisingamen, Freyja fica desesperada, a escuridão desce e o mundo torna-se frio e gélido (inverno). Na outra metade do ano, quando Freya recebe novamente sua jóia, não há limites para sua felicidade, então a escuridão é substituída pela Luz e o mundo torna-se quente mais uma vez (verão).”
Manto de Penas de Falcão

Este manto dá a Freyja o poder de voar pelos ares, possivelmente transformando-se em um falcão, e também o dom da invisibilidade. Pode ser uma alusão à prática do seidr, ou a algum tipo de projeção astral.
“O martelo de Thor havia sumido! O deus, tendo em vista a importância e o significado de sua arma, procurou ajuda em Loki, e Freyja, pedindo emprestado à ultima o seu manto de penas de falcão.
Loki, vestiu o manto e viajou à procura. Chegando em Jotunheim, o reino dos gigantes de gelo, descobriu que Thrym, rei dos jotun, o havia roubado. A condição de Thrym para devolver o Mjölnir foi clara: Freyja ser entregue a ele, para ser sua esposa.
Loki voltou ao reino dos deuses e contou o que havia acontecido. Thor tentou convencer Freyja a vestir-se como noiva, para ser entregue a Thrym. O ódio de Freyja reverberou pelo palácio, tão forte a ponto de partir o Brisingamen, obviamente ela não se deixaria levar.
Heimdall, o deus que tudo via, teve um vislumbre de Thor vestido de noiva, e assim eles bolaram um plano. Thor se vestiria de noiva, como se fosse Freyja, e Loki o acompanharia, sob o disfarce de serva. A carruagem foi preparada, e o chão em Asgard tremeu quando esta zarpou, puxada por cabras, para Jotunheim.
Loki, sob o disfarce de serva, ajudava com o disfarce, e tudo corria bem, Thrym nem desconfiava que estava perto do fim. Na hora da cerimônia, Thrym pediu o martelo de Thor, pra abençoá-los, em seus votos. O deus, ao vê-lo, saltou para recuperá-lo, matando não só Thrym, mas todos os gigantes presentes. Com o martelo, voltou com Loki para Asgard.”
Bygul e Trjegul
Esses são os gatos gigantes que puxam sua carruagem. O mito conta que foram dados de presente a Freyja, por Thor.
Bygul (“Ouro-de-Abelha”, Mel) e Trjegul (“Ouro-de-Árvore”, Âmbar) foram nomes atribuídos por Diana L. Paxon, escritora com livros mais voltados para o paganismo nórdico.
Hildisvíni

Hildisvíni é o fiel javali da deusa Freyja, o qual a serve como montaria. O javali é um de seus símbolos, assim como é um dos símbolos dos demais Vanir. Os suínos também são animais protegidos a estes.
Tabela de Correspondências para Freyja
- Esferas de Controle: Amor, Sexualidade, Sensualidade, Prosperidade, Música, Proteção, Conhecimento, Magia, Runas, Morte.
- Animais: Gatos e Felinos, Javalis e Suínos, Falcões.
- Cores: Vermelho, Amarelo, Verde, Dourado.
- Ervas e Plantas: Verbena, Margarida, Prímula, Rosa, Macieira.
- Cristais e Minerais: Coral, Olho-de-Gato, Âmbar, Ouro, Rubi, Esmeralda, Granada, Quartzo-Rosa.
- Dia da Semana: Sexta-feira (Friday é uma homenagem a Freyja/Frigga. Literalmente significa, dia de Freyja/Frigga.)
Luã Musi
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NOTAS DE RODAPÉ:
[1] Os Vanir são deuses mais ligados à agricultura, ao plantio, cultivo… eram mais “pacíficos”, assim digamos. Já os Aesir são deuses mais voltados para a guerra, para o combate. Houve uma guerra entre ambos os clãs, e quando os Aesir venceram a guerra, julgaram a união de Freyja e Freyr algo que ia contra suas leis, e então separaram os dois e deram a cada um deles outro consorte.