Apolo

No texto de hoje, vamos falar sobre um dos deuses helênicos mais amados e conhecidos no mundo todo.


QUADRO DE AVISOS

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Bênçãos, e boa jornada!


Quem é Apolo?

Deus da luz e dos mistérios, da cura, das pragas, dos oráculos, da arte, da juventude, da verdade e da liberdade. Protetor dos jovens, dos intelectuais e dos artistas e também um grande amante da liberdade e da perfeição.

O Nascimento de Apollo

Quando Zeus engravidou Leto, esta foi perseguida ferozmente por Hera, que não permitiu que a última pudesse descansar e dar a luz. Alguns mitos ainda dizem que ela ordenou à deusa Ilitia, deusa do parto e sua filha, que cruzasse suas pernas para que Leto ficasse sofrendo as dores do parto sem conseguir dar a luz. Ela conseguiu refúgio na ilha flutuante de Delos, onde conseguiu finalmente descansar. Variantes do mito sugerem que Athena ajudou, confeccionando um colar de âmbar e ouro, que apaziguou a ira de Hera e Leto finalmente pôde dar a luz a Apollo e Ártemis.

Apollo e Píton

Píton era uma serpente-dragão enviada por Gaia para guardar o oráculo de Delfos. Alguns dizem que ela foi formada pelo lodo que restou de um dos grandes dilúvios. Apollo matou Píton com uma rajada de mais de cem flechas e reclamou para si o santuário de Delfos, se tornando o patrono dos oráculos. Alguns mitos dizem que Apollo matou Píton para defender sua mãe que era perseguida pela serpente.

Apollo e as Pitonisas

Depois da vitória de Apollo sobre Píton, as sacerdotisas, conhecidas como “pitonisas” passaram a frequentar o templo de Delfos. Elas eram escolhidas entre as virgens de da cidade e deviam permanecer toda sua vida em consagração ao deus. Elas só profetizavam nove vezes ao ano,  no sétimo dia depois da lua nova, sobre uma trípode (tipo de banco que tinha três pés). De acordo com pesquisas históricas, as pitonisas eram muito respeitadas, possuíam riquezas e muita cultura além de serem algumas das únicas a usarem as coroas de louro, que é um símbolo máximo de prestígio.

Apollo e Dafne

Os registros sugerem que esse foi o primeiro amor de Apollo. Dafne era uma ninfa, filha do rio Ladon de Arcadia ou do rio Peneios na Tessália.* Certa vez, Eros, deus do amor e filho de Aphrodite, estava praticando sua pontaria, mas não estava indo muito bem. Apollo caçoou da pouca habilidade do deus, que irritado, disse que suas flechas podiam causar mais dor do que o deus sol imaginava. Ao ver que ele não se convencia, Eros atingiu uma flecha dourada no peito de Apollo enchendo-o de paixão e atirou uma flecha de chumbo na ninfa Dafne que estava passando por ali nesse momento, enchendo-a de desprezo pelo deus. Apollo, envenenado pelo amor da flecha de Eros passou a perseguir Dafne que fugia com asco dele. Com o tempo, foi ficando cansada, até que pediu a Gaia que a tirasse desse tormento. A deusa atendeu seu pedido e ela foi transformada em um loureiro. O deus se encheu de tristeza e retirou alguns ramos da árvore, formando uma coroa de louros que desde então se tornou uma árvore sagrada do deus e símbolo de prestígio e vitória.

*Nos festivais de Delfos, um ramo de um loureiro sagrado era trazido para o templo do vale da Tessália, em Tempe. Esse rito sugere que a versão de Dafne como filha de Peneios seja mais antiga.

Apollo e Jacinto

Alguns apontam Jacinto como o grande amor de Apollo, pois de todos os romances do deus, esse foi o único que o fez abandonar seu posto e obrigações.  O jovem era filho do grande Eoiai Magnes* que vivia na região da Tessália. Assim que Apollo viu o rapaz, ficou perdidamente apaixonado e não saía mais da casa de Magnes.  O vento Zéfiro e o poeta Tamires também cortejavam o rapaz, mas, ele preferiu os cortejos de Apollo. Zéfiro ficou indignado, mas não disse imediatamente nada. Tamires não se deu por vencido e insistia em tentar seduzir o rapaz. Enciumado, Apollo disse às musas que Tamires se gabava de cantar melhor que elas, o que as irritou profundamente. Elas então tiraram a voz e a memória, dando fim ao grande poeta. As pessoas diziam que em todo lugar que o jovem Jacinto ia, Apollo o seguia. Um belo dia, eles estavam jogando discos, como faziam quase sempre. O vento Zéfiro, observava o casal e viu a oportunidade perfeita para sua vingança. Quando Apollo lançou o disco, Zéfiro, soprou forte o disco de volta, acertando a cabeça de Jacinto que já caiu morto. Apollo chorou sua morte e prometeu que iria tocar sua lira por ele toda primavera. Ao dizer isso, as gotas de sangue que caíram no gramado se transformaram em uma flor que ele deu o nome de Jacinto, e que pontualmente floresce no início da primavera.

O Castigo de Apollo

Apollo é conhecido por muitas coisas, uma delas é seu jeito protetor com filhxs e amantes. Aconteceu que ele tinha um filho chamado Asclépio. Ele era extremamente sábio e Apollo o deixou aos cuidados de Quíron, o centáuro, para que fosse educado. Ele cresceu e se tornou um formidável médico, conseguindo curar doentes e até mesmo trazer mortos de volta a vida. Hades ficou furioso, pois ele estava de certa forma “roubando” o que era propriedade do deus do submundo e reclamou com Zeus que imediatamente fulminou Asclépio com um raio. Apollo ficou cheio de cólera, mas não podia se voltar contra seu pai, por isso ele matou os ciclopes que forjaram os raios de Zeus como retaliação.  Como castigo, ele deveria ser mandado para o Tártaro, mas Leto interviu por ele, e sua pena foi reduzida, sendo condenado a servir o rei Admeto por um ano. Algumas variações do mito, porém sugerem que Apollo fez sua expiação por vontade própria, pois afinal, ele é o deus que perdoa. Depois de um tempo entre os humanos, Apollo os ensinou música, arte, dança e os esportes. Depois de um tempo, os deuses sentiram uma “inveja” pois os humanos agora tinham uma vida bem mais alegre do que a deles sem Apollo e retiraram seu castigo. Apollo pediu então que Asclépio pudesse ser honrado pelos seus serviços aos seres humanos e atendendo seu pedido, foi transformado em uma constelação, conhecida hoje como Serpentário. Muito tempo depois, ele fez outra jornada entre os mortais, mas com a companhia de seu tio, Poseidon, e juntos ajudaram a construir a muralha de Tróia, o que explica porque nenhum humano pôde destruir seus muros.

Epítetos e Títulos de Apollo

  • Aktios (Ακτιοσ ) – Do litoral;
  • Agêtôr (Αγητωρ) – Rei dos humanos;
  • Agônios (Αγωνιοσ) – Aquele que auxilia nas provações e torneios;
  • Agyieus (Ἀγυιεύς) – Protetor dos lares e das ruas;
  • Agraios (Αγραιος) – Caçador;
  • Aiglêtês/Aegletos (Αἰγλήτης/Αιγλητος) – Radiante, “A luz do sol”;
  • Akersekomês (Ακερσεκομες ) – De belos cabelos livres;
  • Akesios (Ἀκέσιος)  – Medicinal, Aquele que cura. Adorado em Elis, onde tinha um templo em Ágora;
  • Akestor (Ἀκέστωρ) – Curandeiro, das artes curandeiras;
  • Alexicacus (Αλεξικακος) – O que repele o mal;
  • Amazonios (Αμαζονιος) –  Das Amazonas;
  • Aphetor/Aphetorius(Ἀφήτωρ/Απἑτοριυσ) – O que solta, Liberta;
  • Aphertoros (Απἑρτορος) –  Deus do arco;
  • Apotropaios (Ἀποτρόπαιος)  – O que evita, prevenido. (Romano: Averruncus);
  • Arcitenens (Romano) – O que leva o arco;
  • Aristaios (Αρισταιοσ) – O melhor;
  • Argyrotoxus (Ἀργυρότοξος) – O que possui o arco de prata;
  • Arkhêgetês (Ἀρχηγέτης) – Fundador, Líder das colonias;
  • Boêdromios (Βοηδρομιος) – O que salva, O que resgata do perigo;
  • Chrusaôr (Χρυσαωρ) – De braços (ou espadas) Douradxs;
  • Coelispex (Romano) – O que olha para o céu, o que aponta para o céu;
  • Culicarius (Romano) – Aquele que afasta os mosquitos (pragas);
  • Daphnaios (Δαφναιοσ) – Dos ramos de louro, da coroa de louro;
  • Daphnephoros (Δαφνεφὁρος ) – Portador do louro;
  • Deiradiotes (Δειραδιοτες ) –  Do cume das montanhas;
  • Dekatêphoros (Δεκατηφορος) – Que recebe a décima parte do saque;
  • Delphinius (Δελφίνιος) – “Délfico”, De Delfos, dos golfinhos;
  • Dionysodotes  (Διονυσοδοτες ) – Que se une a Dionísio;
  • Epactaeus (Ἐπάκτιος/Ἐπακταῖος) – Adorado na praia;
  • Epibatêrios (Επιβατηεριος) – Que conduz os homens pelo mar;
  • Epicurius (Ἐπικούριος) – Aquele que auxilia, Aliado;
  • Eruthibios (Ερυτἱβιος ) – Do bolor;
  • Didymaeus (Διδυμαῖος/Διδυμευς) – “Gêmeo” (de Ártemis);
  • Genetor (Γενέτωρ) – Antecessor, antepassado, ancestral, Criador;
  • Hebdomagetês1 (ἑβδομαγετησ) – Líder dos sete;
  • Hecaërgus/ Hekatos/Hecebolus (Ἑκάεργος/Ἑκατος/Ἑκηβόλος) – O que atira de longe;
  • Helios (Ἥλιος) – “Sol”;
  • Hersos (ἑρσος) – Recém-nascido, Criança divina;
  • Horios (ὁριος ) – Dos limites, Das fronteiras;
  • Hyperborean  (ὑπερβορεαν) – Dos hiperbóreos;
  • Iatromantis (Ἰατρομάντις) – Médico, curandeiro, profeta;
  • Iatrus (ἰατρός) – Médico;
  • Intonsus (Ιντονσυς) – Eternamente jovem;
  • Isodetês (Ισοδετησ) – Que une os iguais;
  • Karneios (Καρνειος) – Das manadas, colheitas e rebanhos. Também é o que amaldiçoa;
  • Kataibatês (Καταιβατησ) – O que leva e traz em segurança;
  • Kitharodos (Κιτἁροδος )  – O que canta ao som da lira;
  • Klarios (Κλάριος) – Distribuidor, Designador;
  • Kledones (Κλεδονες) – Dos presságios em sons e palavras;
  • Kourotrophos (Κουροτροπὁς) – Protetor da juventude;
  • Kyrios (Κυριος ) – Lorde, Senhor;
  • Latoios (Λατοιοσ) – Filho de Leto;
  • Leschenorius (Λεσχηνόριος) – O conversador, o falante;
  • Leukatas (Λευκατασ) – Que vem da luz;
  • Loimios (Λοιμιοσ) – O que lança pragas;
  • Loxias (Λοξίας) – “Ambíguo”,  “Obscuro”, “Aquele que fala por Enigmas”;
  • Lycegenes (Λυκηγενής) – Nascido de uma loba, ou da luz. Nascido em Lycia;
  • Lyceius2 (Λύκειος) – “Luz”, “Lobo”;
  • Lycoctonus/Lukoktonos3 (Λυκοκτόνος) – Matador de Lobos;
  • Maleates (Μαλεατεσ) – Curador;
  • Manticus (Μαντικός) – O Profético;
  • Marmarinos (Μαρμαρινος) – Deus do mármore;
  • Meliai (Μελιαι)  – Dos Teixos;
  • Moiragetês (Μοιραγετησ) – Líder das Moiras.
  • Musagetes/Mousêgetês(Μουσαγέτας/Μουσηγετης) – Líder das Musas;
  • Noumius (Νόμιος) – Pastoril, pastor, campestre, Vagante;
  • Nymphegetes (Νυμφηγέτης) – Chefe/protetor dos pastores, do gado e do campo;
  • Paian/Paiêon/Paiôn4 (Παιαν/Παιηον/ΠαιωνΠαιων) – Curandeiro;
  • Parnopios (Παρνοπιος)  – “Dos gafanhotos”, “O que expulsa os gafanhotos” (ou as pragas em geral);
  • Patroos (Πατροος ) – Ancestral;
  • Phanaios (Φαναῖος) – Aquele que traz a luz;
  • Phoibos (Φοῖβος) – Brilhante;
  • Phuzios (Πὑζιοσ) – O que protege os fugitivos;
  • Platonistios (Πλατονιστιος ) – Dos Plátanos;
  • Proopios (Προοπιος ) – O que prevê;
  • Prostaterios (Προστατεριος ) – O que guarda a entrada;
  • Pythios (Πυθιος)  – De Píton, “Pitoniso” Referente ao mito da serpente Píton e a região ao redor de Delfos;
  • Sminthaios/Smintheios (Σμινθαιος/Σμινθειος) – De Sminthos, Também conhecido como o deus dos camundongos ou dos roedores;
  • Sol (Romano) – Sol;
  • Spodios (Σποδιοσ)  – Das cinzas, dos grandes sacrifícios;
  • Thearios (Θεαριοσ) – Do oráculo;
  • Theoxenios (Θἑοξενιοσ) – protetor dos estrangeiros;
  • Thermios (Θἐρμιος ) – Da flor Lupino.
Epítetos Regionais
  • Abaios (Ἀβαῖος) – De Abae;
  • Akraephius (Ἀκραίφιος)  – De Acraephia, Vilarejo localizado na Beócia, fundado por seu filho, Acraepheus;
  • Aktiakus (Ἄκτιακός) – De Áccio;
  • Amuklaios (Αμυκλαιοσ) – De Amyclae;
  • Cynthius/Cynthogenes (Κύνθιος/Κυνθογενής) – Do monte Cinto em Delos, “nascido em Cinto”;
  • Delios (Δήλιος) – De Delos;
  • Eutrêsitês (Ευτρησιτησ) – Do oráculo de Eutresis;
  • Galaxios (Γαλαξιοσ) – Do rio Galaxios, na Beócia;
  • Hulatos (ὑλατοσ) – De Hyle, em Creta;
  • Ismenius (Ἰσμηνιός) – Do rio Ismenus, filho de Amphion e Niobe que ele matou com uma flecha;
  • Ixios (Ιξιος) – De Ixia, ilha de Rhodes;
  • Korudos (Κορυδοσ) – De Corone, na costa do mar;
  • Laphraios (Λαφραιοσ) – De Calydon;
  • Libystinus (Λιβυστινυς ) – Líbio. Epíteto venerado na Sicília, acredita-se que ele exterminou uma frota libanesa que navegava contra a Sicília com pragas.;
  • Mêlos (Μηλος ) – de  Malloeis, em Lesbo;
  • Pagasaios (Παγασαιοσ) – De Pegasae, na Tessália;
  • Palatinus – Do monte Palatino, em Roma;
  • Parrastos (Παρραστοσ) – Patrono do santuário do monte Lyceius, onde era celebrado sua face Epicurius (O que auxilia);
  • Patareus (Παταρευσ) – Do oráculo de Patara, onde ele costumava passar os seis meses de cada ano;
  • Philêsios (Φιλησιοσ) – De Didyma, onde foi fundado um santuário para Apollo que introduziu seu culto;
  • Salganeus – De Salganeus, cidade da Beócia;
  • Sarpedonius – De cabo Sarpedon, na Cilícia;
  • Tegurêios – De Tegyra, na Beócia;
  • Telmissios – De Telnissus, uma cidade da Lícia;
  • Thumbraios – De Thymbria em Troas, templo dedicado a ele, onde Achilles foi ferido. Também pode ser da colina próxima que tinha o mesmo nome.
Epítetos Célticos

Além do seu culto espalhado pela Grécia e Roma, Algumas cidades cultuavam tanto deuses célticos e deuses greco-romanos também e em algumas dessas cidades, Apollo foi venerado e recebeu títulos:

  • Atepomarus5 – O grande Cavaleiro, Aquele que tem ótimos cavalos;
  • Belenus – Brilho, brilhante;
  • Cunomaglus – Senhor dos cães. Associado à caça e a cura;
  • Grannus – Senhor da cura e da primavera;
  • Maponus6 –  Jovem;
  • Moritasgus – O que opera, Cirurgião;
  • Vindonnus7 – Luz clara;
  • Virotutis – Benfeitor dos humanos.

(1) O epíteto Hebdomagetês se refere ao fato de seus sacrifícios serem feitos no sétimo dia de cada mês, pois esse seria seu dia de nascimento. Além disso, suas procissões eram lideradas por sete rapazes e sete moças.
(2) O epíteto Lyceus  é um epíteto debatido e ambíguo. Se refere à luz, mas também aos lobos. Existem passagens onde Apollo era venerado no monte Cragus na Lycia e em Lycoreia em parnassus e em todos os lugares onde esse nome foi mencionado, haviam tradições envolvendo lobos. Além do fato de que em alguns mitos, Leto chegou em Delos como uma loba e deu a luz aos gêmeos nessa forma. E nessas tradições, os lobos protegem os tesouros de Apollo. Esse epíteto também foi tardiamente associado com a sua mãe, Leto, sendo também possível entendê-lo como “Filho de Leto”.
(3) O epíteto Matador de lobos se refere ao lado de Apollo que protege o rebanho contra predadores.
(4) O epíteto Paean (Παιαν), também conhecido como “Médicus” em Roma significa curandeiro. Paean era um deus curandeiro que tardiamente foi associado como um epíteto de Apolo. Em Roma, existia um templo dedicado a Apollo Medicus, próximo ao templo de Bellona, onde os soldados feridos na guerra buscavam auxílio. Paean também se refere ao hino sagrado especialmente dedicado a Apollo.
(5) No universo céltico, os cavalos tem forte ligação com o sol, Esse epíteto foi fortemente cultuado em Mauvières.
(6) Maponus Apollo foi uma fusão posteriormente feita com o deus céltico da juventude.
(7) Vindonnus Apollo tinha um templo em Essarois onde havia uma fonte com propriedades curativas, especialmente para os olhos.

Festivais Dedicados a Apolo

  • Aktia (Aproximadamente 2 de setembro)  – É o festival que comemora o auxílio de Apollo para a vitória de Augusto sobre Marco Antônio e Cleópatra. Contava com torneios de música, combates, corridas de cavalo e esportes marinhos, especialmente representações da guerra náutica.
  • Boedromia ( 7º Boedromion, Aproximadamente Setembro ou Outubro) – Celebração de Apollo como deus que auxilia nas batalhas.
  • Daphnephoria (data desconhecida/incerta) – Festival celebrado a cada nove anos em Tebas, louvando Apollo Daphnephoros, que possuía uma majestosa procissão.
  • Dêlia (Celebrado a cada 4 anos no mês ateniense de Hieros ou Thargelion, Aproximadamente em maio ou junho) – Era celebrado em Delos, havia disputas de ginástica, música e danças. Esse festival ficou alguns anos em esquecimento, até ser restaurado no sexto ano da guerra do peloponeso, onde foram inseridas as corridas de cavalos que nunca haviam acontecido em Delos.
  • Delphinia (6º Moukhion, Aproximadamente Abril ou Maio) – Trata-se da abertura da temporada de embarcações. Celebra-se Apollo como deus com influência sobre o mar, salvador de marinheiros e de Theseus.
  • Gymnopaidiai (Data incerta, provavelmente no verão.) – Na antiga Sparta, se tratava de uma celebração anual onde jovens ficavam despidos para demonstrar suas habilidades marciais e atléticas, em uma apresentação de dança bélica, especialmente a dança dos Coribantes, nove dançarinos, vestindo suas armaduras, batiam seus pés ao ritmo dos tambores. Esse tipo de rito era muito associado a passagem para a fase adulta ou uma celebração de vitória. De acordo com Plutarco, o festival também era dedicado a Athena e eram louvados com suas performances dançando com determinação mesmo no calor do verão. Algum tempo depois, esse esporte já não era mais exclusivo para homens e em casos raros, mulheres também participavam para demonstrar seu valor. Quando chegou ao período do império romano, o Gymnopaidai excluiu as práticas nudistas e sua exclusividade para homens.
  • Hyakinthia (Hekatombaion, aproximadamente Julho ou Agosto) – Celebração dedicada a Jacinto.
  • Jogos Pitonísos (A cada três anos em Metageitnion, aproximadamente agosto ou setembro) – Jogos pan-helênicos em honra a Apollo de Delfos, que matou a serpente Píton.
  • Karneia ( 7º-15º Karneios, aproximadamente em Agosto) – Celebrado em Sparta, louva-se  Apollo como deus da colonização, dos pastores e cordeiros.
  • Metageitnia (7º Metageitnion, Aproximadamente Agosto ou setembro) – Celebra-se Apollo como deus da política e assuntos estrangeiros.
  • Nymphegetes (8º Gamelion Aproximadamente Janeiro ou Fevereiro) – Celebra-se Apollo e as Ninfas.
  • Philokhoria (Festival moderno, no Solstício de verão) – Um festival conjunto de Ártemis e Apollo, baseado em uma passagem obscura de um hino de Callimachus para Ártemis.
  • Ptôia (Data Desconhecida) –  O festival também conhecido como Ptoia de Akraiphia passou por transformações três vezes, até ser conhecida como Ptoia Kaisareia em roma. Era conhecido por seus vastos banquetes e a dança Syrtoí, onde os dançarinos usavam robes muito utilizados no teatro. Atualmente, o mais próximo dessa dança, é a dança Syrtos.Puanepsia (7º Puanepsion, Aproximadamente Outubro ou Novembro) – Festival de purificação e proteção.
  • Thargelia (6º-7º Thargelion, aproximadamente Maio ou Junho) – Aniversário de Apollo e Artemis, um festival de purificação, onde se oferecem os primeiros frutos.
  • Theoxenia (data desconhecida, provavelmente no verão) – Trata-se de um festival em delfos, no qual, há um banquete que os deuses fazem parte e é feita uma apresentação teatral da morte de Achilles, com declamações de poemas, danças e etc.

Tabela de Correspondências para Apollo

  • Esferas de Controle: Sol, Profecias, Luz, Adivinhação, Cura, Maldições, Música, Poesia, Arte, Ciências, Arquearia;
  • Animais: Bode, Cavalo, Carneiro, Cisne, Cobra, Coelho, Corvo, Cotovia-de-crista, Gafanhoto, Golfinho, Jumento, Leão, Lobo, Rato, Rena, Veado;
  • Cores: Dourado, Roxo;
  • Ervas e Plantas: Aloe, Cipreste, Girassol, Jacinto, Junco, Louro, Lavanda, Lupino, Olíbano, Plátano, Teixo, Vinha;
  • Cristais e Minerais: ÂmbarPedra do sol;
  • Dia da Semana: Domingo;

Nox Ásteris

http://www.bruxodelua.com
@bruxodelua


LINKS/BIBLIOGRAFIA:

5 comentários sobre “Apolo

  1. Oi! Obrigado pelo texto. Apollo tem sido meu deus pai nessa jornada. Obrigado pelas informações tão bem colocadas. Seria demais querer saber se algum dia vc fará sobre Dioniso? Te desejo tudo de ótimo.
    Abraço.

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    1. Oi, Max! Muito obrigado pelo seu feedback e carinho pelo nosso trabalho. Quando eu escrevi o texto, minha intenção era justamente acender uma vela pros nossos leitores terem bastante informações caso quisessem fazer rituais, celebrações, dedicação… Ou só conhecer um pouquinho mais sobre os deuses mesmo.
      Boas descobertas!

      Curtir

  2. Oi. Muito bom o seu texto. Muito mesmo. Tenho uma dúvida: posso ofertar vela amarela no lugar da dourada, já que essa é mais difícil de achar?
    Obrigado!

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